quarta-feira, 24 de agosto de 2011

FUNDOS IMOBILIÁRIOS - UMA ALTERNATIVA DE DIVERSIFICAÇÃO

Olá, amigos!

Nesses tempos "bicudos", com a economia mundial à beira de uma recessão que parece a cada dia mais inevitável, a aplicação em ações - de longe a minha preferida - está extremamente perigosa.

De fato, por mais que tenhamos papéis incrivelmente baratos, como uma VALE5, uma BVMF3 e uma OGXP3 (excluí propositalmente PETR4 porque acho que ela está no preço justo, tendo-se em vista os problemas de governança crônicos da estatal), a sensação que se tem é que o fundo ainda está longe, havendo quem vaticine o IBOV a menos de 40.000 pontos.

Nesse contexto de incertezas, a necessidade de diversificação de investimentos é um mal necessário. Sim, porque, como adepto dos axiomas de zurique, de Max Gunther, sou de colocar todos os ovos no mesmo cesto, e cuidar do cesto.

Só que, baseando-me nesses mesmos axiomas, percebo que o momento não é, definitivamente, o adequado para concentrar todos os investimentos em ações. Daí porque, desde meados de Julho, comecei uma estratégia de diversificação de ativos, alocando metade do meu capital em títulos da dívida pública brasileira (tesouro direto).

Ocorre que o cenário de crise mundial tem reflexos até mesmo nas taxas dos títulos, já havendo rumores de uma possível redução na SELIC, o que traria algum alívio para a Bolsa.

No início do mês, depois de estudar exaustivamente as alternativas do mercado, finalmente me decidi por um terceiro investimento, qual seja, os fundos imobiliários.

Francamente, não entendo como os brasileiro, que tanto gostam de imóveis como forma de investimento seguro, ainda não descobriram as vantagens desse sistema altamente democrático - como o de ações também o é - de acesso à propriedade de bens altamente valorizados e bem administrados, que geram renda mensal a partir dos aluguéis recebidos.

Existem vários fundos imobiliários negociados na BOVESPA, cujas cotas podem ser adquiridas ou vendidas a partir da mesma plataforma utilizada para a venda de ações, o home broker. Basta lançar o ticker (código) do fundo e acompanhar, em tempo real, a variação das cotações. Num ritmo muito menos frenético do que das ações de blue chips, que deixam o operador quase louco, tamanha a intensidade de negociação.

Entre os fundos, exemplificativamente, temos aqueles que possuem prédios locados a hospitais, faculdades, shoppings, bancos, hotéis e escritórios comerciais, e que rendem dividendos mensalmente.

Podemos listar algumas vantagens desse sistema:

a) Lastro em um ativo real, qual seja, um imóvel comercial, apto a gerar renda mensal.

b) Possibilidade de adquirir uma fração desse imóvel com um capital relativamente pequeno;

c) Isenção tributária dos dividendos recebidos;

d) Em caso de venda, eliminação de despesas com corretores, escrituras e ITBI, havendo tão somente pagamento de IR de 20% sobre o lucro eventualmente aferido com a valorização da cota.

e) Administração profissional, inexistindo contato com inquilinos;

f) Inexistência de pagamento de taxas como IPTU, água, luz e condomínio;

g) Rentabilidade líquida superior à média dos aluguéis entre particulares, que hoje se situa em torno de 0,5% do valor dos imóveis.

Entre as desvantagens, destacam-se:

a) Possibilidade de vacância do imóvel, gerando redução ou ausência de pagamento de renda e, consequentemente, desvalorização da cota;

b) Baixa liquidez, que pode se tornar um problema, em caso de necessidade de venda de uma quantidade elevada de cotas; mas ainda é mais fácil e rápido de vender do que um imóvel físico, que pode ficar meses, ou até anos parado à espera de comprador.

c) A existência de taxas de administração anuais, variáveis de fundo para fundo.

Como se percebe, as vantagens são maiores que as desvantagens e, sopesados os riscos inerentes a todo investimento, atrelados a um futuro incerto, é uma aplicação que pode ser tida como conservadora, e bem menos arriscada que ações.

Ao longo do tempo, com o aumento natural do valor do aluguel, a tendência é de que o percentual de retorno em relação ao capital investido aumente cada vez mais. Um exemplo de sucesso é o Shopping Higienópolis (SHPH11).

Lançado em dezembro de 1999, com o valor unitário de$100,00, distribuiu em Junho de 2011 um rendimento de $2,35 por cota, e em Julho, $2,31, o que perfaz uma rentabilidade LÍQUIDA média de 2,3% a.m., ou 27.6% a.a.! Não há, no mercado brasileiro, nenhum investimento que propicie um retorno desses...

O problema é que, hoje, o valor da cota ultrapassou os $400,00, o que leva a taxa de rendimento a apenas 0,55% a.m. Ou seja: quem comprou no início, se deu muito bem. Quem comprar agora, vai ter que esperar alguns anos para atingir uma rentabilidade como essa. Ou optar por fundos recém lançados, ou que ainda estão em fase de lançamento. Há fundos rendendo cerca de 0,8% a.m., com um potencial grande de valorização ao longo do tempo.

É ou não é uma excelente alternativa para diversificar os investimentos em tempos de turbulência?

Quem quiser aprofundar na análise dos diversos fundos, sugiro o site da BM&F Bovespa, ou uma visita ao site www.fundoimobiliario.com.br. Vale a pena conhecer...

Um abraço a todos, e até a próxima!


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