Belo Horizonte, 24 de janeiro de 2010
Fiquei um tempo sem postar, em parte por causa das férias, em parte por preguiça mesmo...
Hoje vou abordar o que considero o maior "barato" do mercado de ações: as opções.
Inicialmente, não queria saber nem do que se tratava, pois os livros que havia lido não mencionavam nada a respeito. Estava decidido a seguir minha estratégia "pick and hold", ou seja, simplesmente "colecionar" ações, adquirindo regularmente e, eventualmente, realizando algum lucro.
Fui a uma palestra Ágora a respeito do assunto (afinal, de graça, já viu, né...), e descobri um "universo paralelo" na bolsa. Tão interessante quanto arriscado... E descobri que é possível fazer "renda fixa" com ações, sabendo previamente o percentual de remuneração do capital!
O negócio é o seguinte: opção é um DIREITO que você negocia na bolsa, atrelado a uma ação que você possui. O direito de compra ou de venda de uma ação a um preço pré-fixado, numa data-limite: toda terceira segunda-feira de cada mês.
Por exemplo: se eu tenho 100 ações da PETR4, posso vender 100 opções de compra (conhecidas no mercado como "call"). Se comprei as ações, digamos, por R$ 36,00 cada, posso vender para alguém o direito de comprá-la, na terceira segunda-feira do mês que vem, pelos mesmos R$36,00, (chamada venda "no dinheiro"), por R$ 38,00 (venda "acima do dinheiro"), ou mesmo por R$34,00 ("abaixo do dinheiro"). Se vendi o direito a alguém de comprar a ação, suponhamos, por R$38,00 mês que vem, e ela sobe para R$50,00, o "cara" vai se dar super bem: sou OBRIGADO a vendê-la pelos míseros R$38,00; mas, se o preço da ação, no mês seguinte, não atingir os R$38,00, quem comprou a opção se dá mal, pois vai perder o prêmio que me pagou, ou seja, o valor dado como "entrada" no negócio, que normalmente varia de alguns centavos a R$2,00 ou mais, dependendo do valor da venda.. E não compensará que ele exerça o direito de comprar uma ação por preço superior ao encontrado no mercado. Nesse caso, diz-se que a opção "virou pó". O ganho com a venda de opções parece pouco mas, multiplicado por 1.000, dá uma renda que pode chegar, ou mesmo ultrapassar R$2.000,00 no mês.
É o tipo do negócio para quem não gosta de correr risco demais - é claro que o risco sempre existirá em se tratando de mercado de capitais - e que quer tirar uma renda mensal de seus ativos.
Embora qualquer ação, em tese, possa gerar uma opção, o fato é que, em termos de liquidez, infelizmente, temos somente os papéis da Petrobrás e da Vale do Rio Doce. E um pouco também da Telemar (TNLP4) e Gerdau (GGBR3), essa quase insignificante.
Já me dei bem algumas vezes, e já me lasquei em outras negociando com opções - sempre como vendedor. Para mim, é como se a ação desse um dividendo todo mês, possibilitando um ganho que pode variar até 6% ao mês, o que, convenhamos, é bastante razoável em tempos de SELIC baixa como os atuais.
Já comprei VALE5 a R$42,00, vendi a opção para alguns dias depois a R$44,00, e ela disparou, passando de R$46,00. Fiquei chupando o dedo, vendo o valor da opção que vendi a R$0,60 triplicar em dois dias! Mas, computando outra ações que havia adquirido por 42,80, tive um ganho da ordem de 4% em dezoito dias, o que não é de todo ruim.
Já vendi opções da Vale por R$1,50 e da Petro por R$1,65, as ações caíram e eu não fui "exercido", continuando com as ações na carteira, embolsando o lucro e ainda podendo vender novamente no dia seguinte ao dia limite para exercício.
Mas o pior de tudo ocorreu esta semana.
Comprei VALE5, após monitorá-la por três dias de queda, por R$46,00. A opção estava a R$1,65. Acreditando que fosse subir mais no dia seguinte, não vendi as opções. Poderia ter ganho R$1.155,00 bruto (tem 15% de IR). Resultado: no dia seguinte, o preço da ação desabou, o da opção mais ainda, e ontem, foi negociada a menos de R$0,50. Ou seja: deixei de ganhar quase dois terços, e agora só me resta torcer para que o papel suba de preço, o que duvido, no curto prazo. Ferro!!!
Na próxima postagem falo um pouquinho mais a respeito do assunto.
Um abraço para todos.
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