Belo Horizonte, 6 de dezembro de 2009.
Embora não seja pão-duro, desde cedo aprendi a importância de guardar, quando possível, um pouco de dinheiro.
Durante muito tempo, todo o meu ganho foi direcionado para a aquisição do lote e construção de minha residência. Tenho certeza que foi o melhor investimento de minha vida. Todavia, nesse período não sobrava nada para ser guardado, pelo que não tinha nenhuma preocupação a respeito.
Finda a obra, veio o mobiliário novo. Após, a troca do automóvel, já surrado pelo uso. Em seguida, viajei pela primeira vez para o exterior. Afinal, após anos de restrições, merecíamos nos esbaldar um pouco em Paris... O fato é que, somente a partir de 2008, mesmo com pelo menos uma viagem internacional por ano, começou a "sobrar" algum dinheiro.
Como todo brasileiro mal informado, o primeiro impulso foi depositar em caderneta de poupança, mesmo sabendo do rendimento pífio. Mas, é segura, né... nem tanto, como veremos adiante.
Posteriormente, confiando no gerente do meu banco (que fez o papel dele), passei a aplicar em CDB, sem saber direito a real rentabilidade, o que era o tal do "DI". Nem sequer o percentual e a tributação eu sabia. Para minha sorte, àquela época a SELIC estava ainda elevada, o que compensou um pouco o baixo percentual do DI que certamente me foi "empurrado"...
Ainda nessa fase, também por sugestão do banco, direcionei uma parte dos recursos para um fundo de ações. Uma vez mais sem conhecer regras básicas de custos e tributação.
Veio a crise econômica. Com as sucessivas quedas da bolsa, vi o capital investido (pequeno, felizmente) diminuir dia após dia, até que resolvi deixar pra lá, esquecer daquele dinheiro.
Todavia, em 2009, a bolsa começou a reagir, especialmente no segundo semestre. Quando olhei de novo minhas aplicações, já haviam recuperado as perdas, e davam sinais de que poderiam ter algum ganho.
Apliquei um pouco mais. Diversifiquei os fundos, incluindo Vale, Petrobrás e infraestrutura. Incentivei minha mulher a fazer o mesmo com uma parte de sua economias.
Deu certo: "surfamos" uma onda de alta, e em pouco mais de um mês obtivemos um ganho muito maior que qualquer aplicação convencional.
Mas um colega de trabalho chamou-me a atenção: por que aplicar em fundos, se poderia comprar diretamente as ações, como ele fazia. A resposta era simples: comodismo.
Em meados de setembro de 2009 um fato mudou minha vida.
Certa tarde, entrei na loja Leitura do Pátio Savassi (um charmoso shopping aqui de Belo Horizonte), e adquiri o livro "As novas regras do jogo", de Rafael Paschoarelli.
A leitura foi impactante. Até hoje fico estarrecido com o nível de ignorância, de verdadeiro ANALFABETISMO FINANCEIRO que vivenciei ao longo de todos esses anos.
E fico absolutamente estupefato com esse mesmo nível de ignorância financeira de 100% das pessoas do meu meio, colegas de trabalho, amigos e familiares. A grande maioria bem sucedida profissionalmente, com curso superior, uma vida estável, mas que não tem a menor noção do que fazer com suas economias.
Pessoas que, como eu até então, são presas fáceis do sistema financeiro, e cuja ignorância permite que seu dinheiro seja drenado para o bolso de outras pessoas, normalmente os grandes bancos.
Ainda em estado de choque pela leitura, adquiri outro livro do mesmo autor: "Como ganhar dinheiro no mercado financeiro". Mais uma série de revelações avassaladoras, que me deram coragem de tomar atitudes importantes, as quais compartilharei nas próximas postagens.
Até lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário