quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Intoxicação

Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2009.

Sinto-me intoxicado por esse negócio de bolsa. Hoje, amanha e durante o fim de semana simplesmente não vou abrir o home broker. Preciso de descanso, pois estou ficando obcecado, penso nisso o dia inteiro, até na hora de dormir não consigo desviar o pensamento. Tô ficando chato, só falo nisso o tempo todo. É como uma espécie de vício contra o qual se deve lutar. Não quero saber de bolsa até na segunda-feira, que é o dia mais tenso do mês, pois vence o mercado de opções. Aí o "bicho" pega de novo!
Apenas para atualizar rapidamente, da carteira original vendi todas as ações da CEMIG, ELETROBRÁS, TAM, COPASA, ITAÚ e GERDAU. Todas, à exceção da COPASA, com um pequeno lucro. Algumas subiram demais depois da venda, como as elétricas e a TAM. ITAÚ nem tanto, e GERDAU até hoje não recuperou (vendi a 30,07, e fechou ontem a 29,00).
O fato é que minha carteira ficou apenas com PETROBRÁS, VALE, ELETROPAULO e AES Tietê.
Optei por diversificar da seguinte forma: dois ativos para transações com opções (PETRO e VALE) e dois de pouca volatilidade, mas de empresas boas pagadoras de dividendos (a AES Tietê, que já havia pago meus primeiros dividendos, no valor total de R$121,00, comemorados com pizza com a família), anunciou ontem o pagamento de juros sobre o capital próprio. Ótima ação, ótima empresa!
Como tinha liquidez resultante das vendas, aumentei o número de ações da AES TIETÊ (as mais baratas), comprei mais ações da PETROBRÁS e VALE, permanecendo com as ELPL6.
Mas senti que havia necessidade de diversificar um pouco mais a carteira, pois na verdade PETRO e VALE possuem uma correlação de risco muito alta: quando uma sobe ou cai, normalmente a outra acompanha, pois ambas dependem do mercado externo de commodities.
E as elétricas, em termos de valorização, são uma "nhaca": salvo eventos esporádicos, sobem pouco, caem pouco, são bem tranquilas.
Precisava de uma quinta ação para "turbinar" a carteira.
Avaliei diversas alternativas.
Uma das mais interessantes era a ETERNIT: ótimo preço e indicada por ser boa pagadora de dividendos. Todavia - e aqui a importância de se ter uma boa corretora - embora fosse indicada, havia a ressalva da questão do amianto: leis estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro proibindo a comercialização do material.
Pesquisei no site do STF, e acabei achando um acórdão de mais de 80 laudas que, apesar de não entrar no mérito, sinalizou claramente que a proibição vai acabar imperando. Até porque na Europa e Canadá já é proibido.
Chamou-me a atenção a ação da CREMER (fabricante de material de uso hospitalar) pelo elevado índice Yeld: 30, o que é um absurdo. Relação preço/lucro razoável. O preço estava bom (cerca de 14,80). Entrei no site da empresa, tudo me agradou. Passei a acompanhar o desempenho de suas ações na bolsa, mas, para minha frustração, vi que não tinha quase liquidez: muito poucos negócios diários. Além disso, nos últimos meses ela havia sofrido uma valorização de mais de 100%, o que me desanimou. E ela vem caindo há mais de uma semana. Pouco, mas caindo.
Passei a acompanhar as ações da TELEMAR (TNLP4). Inicialmente porque, quando assisti a palestra na Ágora sobre opções, vi que era a única, além de PETRO e VALE, que apresenta alguma liquidez no mercado de opções.
Além disso, a empresa vem pagando, nos últimos dois anos, ótimos dividendos, o que torna o papel atraente também sob esse ponto de vista.
O problema é que a relação preço/lucro estava muito alta, o que contra-indicando a compra.
Acontece que a "danada" não parava de subir. Ultrapassou seu teto histórico. A análise gráfica da corretora indicando compra. Após duas semanas, em 15 de dezembro, desobedecendo meu corretor, que indicou a compra de LIGHT (decidi que não quero mais elétricas), comprei TNLP4, cotadas a 38,60. E ontem, aproveitando a queda, comprei mais a 27,90. E ela caiu até 37,50!
É curioso: é só eu comprar a ação, e ela cai... do outro lado, é só eu vender, que ela dispara... um saco!
Como saiu notícia que a ELETROPAULO está para divulgar dividendos, sua ação, ontem, teve uma boa alta no início do pregão. Tentem comprá-la para minha mulher a 35,50 (minha liquidez acabou...), mas não consegui, pois logo chegou a quase 35,80.
No decorrer do dia, começou a perder força. Cancelei a ordem de 35,50, e lancei outra de 35,10 (o papel havia fechado no dia anterior a 35,15). Lá pelas tantas, resolvi "chutar o balde": ofereci 35,00. Quem quisesse, que vendesse.
E quiseram! O papel acompanhou a queda generalizada da bolsa e chegou a 34,92, mínima do dia! Economizei R$100,00. E acho que fiz um ótimo negócio, pois a valorização é certa por causa dos dividendos. E ainda que não seja, se for distribuído R$1,00 de dividendo, o ganho será de R$200,00.
O tempo dirá se acertei ou não.

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